Como humanidade, estamos passando por um tempo difícil, jamais vivido por nenhum de nós, marcado por experiências novas e desconhecidas. A pandemia lançou-nos em mar aberto, e precisamos navegar, com a coragem do marinheiro que enfrenta os perigos do mar. E, se soubermos aproveitar a oportunidade que nos é oferecida, cresceremos muito.

De acordo com as orientações da Organização Mundial da Saúde e de nossos governantes, muitas famílias estão ficando em casa, protegendo-se. Assim, a convivência entre seus membros torna-se mais estreita, mais próxima. Muitas vezes, é necessário aprender a conviver, conhecendo o outro, observando seus limites, respeitando seu tempo e suas escolhas.

Os pais, por vezes, sentem-se sobrecarregados, porque, além de trabalharem em home office, ainda precisam dar conta dos afazeres da casa e de ajudarem nas tarefas escolares dos filhos. Dessa forma, é importante tomarem fôlego, respirarem e orientarem-se para verem o que pode ser feito, sem muito estresse.

Em primeiro lugar, busquem organizarem-se e manterem uma rotina: horário para acordarem, para fazerem as refeições, para trabalharem, para o lazer e para o descanso. Assim, ninguém ficará perdido, sem saber o que fazer ou com tempo ocioso.

As crianças podem brincar ou estudar, enquanto os pais trabalham ou ocupam-se com os afazeres próprios dos adultos. E todos os membros da família podem assumir responsabilidades pelos cuidados de uns com os outros e da casa, para que todos se sintam bem e acolhidos, em ambiente que facilita o convívio. Essa é uma atitude que se aprende. Algumas horas do dia podem ser reservadas para estarem juntos, conversando, preparando um alimento, fazendo algum jogo ou assistindo a um filme.

Ainda, é preciso que os pais fiquem atentos, pois as crianças e adolescentes podem apresentar ansiedade ou sentirem-se irritados, com comportamento agressivo, devido à restrição de movimento. Podem, também, terem a sensação de estarem sempre com fome, querendo comer muito ou, ao contrário, não terem vontade de comer. Mudanças de rotina deixam as crianças menores inseguras, fazendo-as chorar com maior frequência. Elas desejam entender o que está acontecendo e, por isso, fazem muitas perguntas, como forma de encontrar sentido para as transformações que estão vivendo. Algumas apresentam insônia, sonolência excessiva ou mesmo acordam, dizendo que tiveram pesadelos ou sonhos horríveis.

Assim, é imprescindível que, em nossa família, estejamos atentos aos comportamentos uns dos outros. Dessa forma, poderemos crescer muito em nossa convivência, agregando valores que ultrapassarão o momento da pandemia, fortalecendo-nos para a vida toda.

Por: Psicóloga Cristina Corsini Lucas

Bibliografia:

@crescer_devagar.“Alterações de comportamento da criança durante o isolamento social”.

Galvão, Lucia Helena. Isolamento social: desafios e oportunidades. Em: https://www.youtube.com/watch?v=rUhnlraJgW4, acesso em 26/05/2020.

Winnicott. D.W. O ambiente e os processos de maturação: estudos sobre a teoria do desenvolvimento emocional. Porto Alegre, Artmed, 1983.