Quando pensamos em uma boa relação com a comida, automaticamente vem em mente que isso significa ter uma alimentação completa nutricionalmente, entretanto, vai muito além do que se come.

Muitos são os motivos que nos levam a comer: fome física, vontade e preferências, prazer, curiosidade, cultura, socialização, aparência ou cheiro da preparação, status, acesso a comida, pensamentos e crenças em torno de determinados alimentos, memória afetiva e emoções.

Compreendendo a alimentação em um contexto global e levando em consideração que somos seres influenciados por fatores biológicos, sociais e culturais, seria muito reducionista olharmos somente para “o que se come” sem abranger também a forma como se come.

Uma relação saudável com a comida envolve estar realmente presente no momento da refeição, comer sem culpa e sem medo, ouvir seu corpo e respeitar seus sinais internos de fome e saciedade, honrar suas necessidades sem julgamentos.

Algumas situações podem indicar que talvez seja a hora de pedir ajuda:

– Deixar de comer ou comer extremamente pouco;

– Comer até passar mal;

– Comer o tempo todo;

– Pensar muito em comida;

– Evitar comer alimentos que gosta por não conseguir conciliar qualidade nutricional com algo que traz prazer;

– Restringir certos alimentos ou grupos alimentares;

– Ter pensamentos e/ou sentimentos conturbados com a alimentação;

– Não conseguir comer em paz sem pensar em formas de compensar / “queimar as calorias”.

Embora seja comum vermos muitos desses comportamentos na nossa sociedade, não deveria ser. Comportamentos transtornados com a alimentação, muitas vezes associadas a uma insatisfação corporal, são fatores de risco para o desenvolvimento de distúrbios psiquiátricos como os transtornos alimentares.

Caso se identifique com algum desses casos, não hesite em pedir ajuda de profissionais especializados como o Nutricionista (com abordagem comportamental) e um Psicólogo para te auxiliar nesse processo.

Escrito por: Caroline Bartholo.

Referências:

Alvarenga, M. et al. Nutrição Comportamental. 2. ed. São Paulo, SP: Manole, 2018

Deram, S. O peso das dietas: emagreça de forma sustentável dizendo não às dietas. São Paulo, SP: Sextante, 2018. p. 24.

Souto, S. et al. Práticas indiscriminadas de dietas de emagrecimento e o desenvolvimento de transtornos alimentares. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732006000600006