Transtornos alimentares (TA) são doenças psiquiátricas que têm, como característica principal, uma profunda alteração no comportamento alimentar, visando, na maioria dos casos, o controle do peso e forma corporal, impactando no consumo alimentar e trazendo sérias consequências à saúde. É importante entender que essas doenças não são “besteira”, “frescura” ou “só uma fase” como é comum de se ouvir, é preciso diminuir os julgamentos e entender a seriedade, visto que são doenças que possuem alta taxa de mortalidade e morbidade. Além disso, transtorno alimentar “não têm cara”, qualquer pessoa pode ter, independente do sexo, etnia, condição socioeconômica ou idade.

Os TAs mais conhecidos são a Anorexia Nervosa (AN), Bulimia Nervosa (BN) e o Transtorno de Compulsão Alimentar (TCA). Os critérios diagnósticos constam no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM – 5° edição) e conheceremos um pouco a seguir:

A Anorexia Nervosa é caracterizada por uma restrição drástica no consumo alimentar, levando a um peso corporal significativamente baixo, distúrbios da imagem corporal e medo intenso de ganhar peso, levando a um comprometimento físico, psíquico e social.

A Bulimia Nervosa caracteriza-se por episódios recorrentes de compulsão alimentar, distúrbios da imagem corporal e comportamentos compensatórios para o controle do peso, além de excessiva preocupação com o peso e forma corporal.

No Transtorno de Compulsão Alimentar, há episódios de compulsão de forma recorrente, ou seja, ingestão de grandes quantidades de comida em um curto período, mesmo na ausência de fome física, mas sem comportamentos compensatórios para evitar o ganho de peso. Comer mais rapidamente que o normal, comer sozinho por vergonha do que se está comendo e se sentir deprimido ou muito culpado logo em seguida, levando a um sofrimento muito grande em virtude da compulsão.

São doenças influenciadas por diversos fatores: aspectos biológicos (genética e histórico familiar), socioculturais (padrões de beleza e insatisfação corporal), psicológicos, familiares e dietas restritivas (que podem acarretar muitas alterações biológicas).

É fundamental buscar ajuda de profissionais especializados. A equipe multiprofissional no tratamento deve ser composta por no mínimo: psiquiatra, nutricionista e psicólogo, podendo ainda contar com outros profissionais como: terapeuta ocupacional, educador físico e fisioterapeuta.

Por: Caroline Bartholo

REFERÊNCIAS:

ALVARENGA, M.S. et al. Transtornos alimentares e nutrição: Da prevenção ao tratamento. 1. ed., Barueri, SP, Manole, p. 3-27, 2020.

AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION. Diagnostic and statistical manual of mental disorder. Arlington, VA, p. 338-352, 2013.

CORDAS, T.A. Transtornos alimentares: Classificação e diagnóstico. Revista de psiquiatria clínica. São Paulo, SP, v.31, no.4, p. 154-157, 2004.

MORGAN, C.M. et al. Etiologia dos transtornos alimentares: Aspectos biológicos, psicológicos e sócio-culturais. Revista brasileira de psiquiatria. v.24, supl.III, p.18-23, 2002.