A Educação em tempos de pandemia

No Brasil, o surgimento dos primeiros casos de infectados pela Covid-19, o novo Coronavírus, desde fevereiro de 2020, tem forçado as esferas federais, estaduais e municipais da administração pública a adotarem medidas e ações efetivas para o combate e a minimização dos efeitos devastadores da doença, a qual já produziu 136.519 casos confirmados de indivíduos infectados e 9.265 óbitos em todo o país, segundo dados do Ministério da Saúde até o dia 08 de maio[1]. Mas o que esta pandemia tem a ver com a reinvenção da escola e o uso de recursos tecnológicos como aliados da Educação?

Primeiro, com a decretação de uma quarentena, imposta pelos governos estaduais e municipais, não só o setor educacional, mas diversas áreas, como comércio varejista e atacadista, indústria (nos seus mais variados segmentos), cultura e lazer (museus, teatros, cinemas, parques, restaurantes), entre outros se viram obrigados a reformular suas estratégias de atuação e oferta de seus respectivos produtos ao consumidor  final. Nesse sentido, também a escola – entenda-se aqui corpo gestor e pedagógico, professores e alunos, bem como os pais – tiveram que se reinventar rapidamente, enxergando nas tecnologias da informação e comunicação (TIC) uma aliada no processo ensino-aprendizagem de seu corpo discente. Essa mudança brusca tem levado muitos pedagogos e docentes, como eu, a repensarem o papel da escola no processo de transmissão e aquisição do conhecimento, e na relação professor-aluno-pais.

Se, por um lado, a adoção efetiva das TICs pela escola (quer das redes pública ou privada de ensino regular; quer do setor privado de ensino extracurricular) para a oferta de seus conteúdos programáticos por meio de recursos multimídia e digitais, serviu como uma estratégia emergencial para que não se cessasse o cronograma de aulas previstas, por outro, tem suscitado a quebra de paradigmas no que tange a métodos e metodologias aplicadas à educação, assim como ao papel do professor diante desse desafio, o qual lhe está sendo imposto por uma situação atípica.

Assim, diante deste quadro que se nos apresenta, qual a melhor ferramenta tecnológica a ser usada? As aulas serão síncronas, ou seja, em tempo real, inistradas remotamente, mas de modo a proporcionar uma interação entre o professor e o aluno? Ou as aulas devem ser assíncronas, isto é, sem interação, ofertadas por sistema de ensino a distância (EAD), de forma que o aluno possa estudar de acordo com tempo disponível, a partir dos materiais e conteúdos dispostos na plataforma de ensino? Qual destes dois dispositivos, EAD ou ensino remoto, é o mais adequado aos propósitos pedagógicos, metodológicos praticados pela minha escola?

Seguramente, a Covid-19 afetou e segue afetando não apenas a saúde física, mental e emocional dos indivíduos em todo o mundo, mas também tem nos servido, independente do campo profissional em que atuemos, como um gatilho para que aprofundemos nossas reflexões a respeito de nossas vivências e experiências, de nossas atitudes e práticas pessoais e profissionais. São muitas perguntas ainda sem resposta. Deixo algumas delas aqui, fazendo um convite a quem queira tentar responde-las, seja o leitor pai, mãe, docente ou aluno. Por enquanto, só posso dizer que estamos tateando no escuro. 

Por: Sandra Caldas Lourenço

[1] Fonte:< https://www.sanarmed.com/linha-do-tempo-do-coronavirus-no-brasil >acesso em 10 maio de 2020.


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